sábado, 19 de julho de 2014

Artigo: Coisas boas e coisas novas

* Ruben Figueiró

 Certa vez ao analisar o governo Lula, o qual pouca diferença faz do governo Dilma, o senador Tasso Jereissati com sua longa experiência pelo transito frequente nas avenidas do poder, declarou, verbis: “O governo Lula é um governo de coisas boas e coisas novas. O problema é que as boas não são novas e as novas não são boas”.

Tinha o senador razão e elas cabem como uma luva quando se analisa o governo Dilma. As boas advindas do governo FHC, delas ela também tenha aproveitado e as tidas como novas, hoje esmaecidas pelo tempo, estão tisnadas pela corrupção.

No atual governo da Sra. Presidente não há o que tirar nem por, tanto quanto as coisas novas e as tidas como boas tendem a perder valor qualitativo. A inflação, antes eliminada pelo Plano Real de FHC e diligentemente contida pelo seu imediato sucessor, agora ultrapassa (já ultrapassou) a meta definida pelo Banco Central; o chamado superávit primário mal respira; os PACs (plano de aceleramento do crescimento) I ,II e o imaturo III, de frágil paternidade eleitoral, estão como que “ empacados”... A Copa, fruto engenhoso e caríssimo do lulopetismo para ludibriar a fervorosa vocação do brasileiro pelo hexacampeonato, é de recente e triste quão vergonhosa realidade; o princípio federativo, consagrado pela Carta Magna de 88 foi engolfado pela boca assanhada e pantagruélica do governo federal lançando na poça da inadimplência Estados e Municípios. É só lembrar do recente desfalque em suas finanças em razão da propagação bondosa “com chapéu alheio”  do IPI para engordar ainda mais as burras das multinacionais montadoras de automóveis.

E por ai vai. O rosário é longo e bem rezado pelo governo do PT o qual jamais alcançara o purgatório da clemência dos brasileiros, já conscientes que perdeu o céu dos aplausos.

É fato recente. Em programa de TV por assinatura foram entrevistados presidenciáveis. De inicio o senador Aécio Neves e na ultima sexta-feira, 11, a presidente Dilma. Quem assistiu as duas, certamente acompanhará a minha observação. A experiente e sagaz entrevistadora faz contundentes indagações a Aécio e ele com a sensibilidade mineira, ofertou respostas consistentes de quem não tem receio de seu passado como cidadão probo e gestor público para exercer um governo de mudanças.

Já com a sra. Presidente, a entrevistadora demostrou certo receio para perguntas (naturalmente precavida de um possível rompante genioso  da entrevistada) e foi de uma delicadeza desnaturadora de sua perspicácia jornalística, inclusive ao permitir que a entrevistada alongasse nas respostas, fugindo do fulcro das perguntas, uma elastividade típica de autopromoção e “encheção de linguiça”.

Para quem desejava ouvir perguntas e respostas altivas e esclarecedoras, o segundo da série foi enfastioso. Não foi coisa nova, nem boa.

*Ruben Figueiró é senador e presidente de honra do PSDB-MS