*Ruben
Figueiró
Durante um século e meio, talvez mais, o Império Britânico
dominou o mundo. Neste período exitoso da velha Albion só se falava na Rainha
Vitória, do domínio dos mares pela marinha inglesa e da libra esterlina como a
geratriz do mundo das finanças.
Talvez parodiando aquela expressão ora
portuguesa, ora brasileira "enquanto o mundo gira, a Lusitana roda" (Lusitana
era uma empresa de transportes de mercadorias), também enquanto as moedas
nacionais fracassavam, a libra imperava. Hoje já era o Império Britânico como
expressão de domínio. Mas a sua moeda centenária, nada obstante ser valor de
referência no comércio mundial, não perdeu o seu valor.
Sinceramente não
sei se a Petrobras quando iniciou a sua pesquisa por Petróleo nas águas
profundas do oceano Atlântico e identificou um tido como maior potencial do
precioso hidrocarboneto denominou-o com a expressão Libra para significar o seu
valor e a sua perenidade. Não sei.
O que sei é que a reserva de Libra,
tão exaltada no período pré-eleitoral que levou, na euforia, a senhora Dilma
Rousseff à presidência da República, hoje representa uma dúvida cruel. Dúvida
que se torna alarmante quando se analisa sem paixão, mas observando os
resultados decepcionantes do leilão, que para salvar-se usou a lógica do
consórcio, de que o potencial da reserva e os meios tecnológicos existentes não
serão capazes de proceder a curto, nem a médio prazos, as profundezas onde
dormita o precioso líquido pastoso.
Essa dúvida leva a crer que o que
poderá surgir dessa libra não gerará a segurança e o valor intrínseco da moeda
inglesa, a libra esterlina e, se assim infelizmente o for, o país lamentará que
seu horizonte de fartura, prosperidade e claro, riqueza, não passe de uma moeda,
uma libra furada, um cruzado, um cruzado novo, de nossa triste
lembrança.
*Ruben Figueiró é senador pelo
PSDB-MS
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