quarta-feira, 19 de junho de 2013

Novas lideranças

Há muito tempo não surgem novas lideranças no Brasil, em geral oriundas dos movimentos estudantis. Diante da onda de protestos que invadiram as ruas brasileiras recentemente, percebi que está faltando aos partidos políticos habilidade para demonstrar à juventude a importância da representação partidária na democracia representativa.

As legendas estão ‘envelhecendo’. Por isso, já passou da hora de os partidos, com P maiúsculo, chamarem os jovens para que efetivamente participem do processo político. É necessário resgatar a credibilidade da classe política.

Os protestos de cunho apartidário motivados pela mobilização via Facebook servem de alerta ao governo e também às agremiações partidárias. Hoje os jovens se sentem abandonados pelos partidos e a raiz desse distanciamento vem de longe, desde a extinção das legendas tradicionais pelo governo militar.

Hoje a juventude não se sente mais representada pelas entidades estudantis (UNE, UEEs, e Umes). Embora reorganizada, com amplo apoio oficial de recursos, a UNE parece refletir o que se condenava no passado: a pelegada, graças às benesses governamentais. Razão porque nem tem sido lembrada nesses atuais movimentos da juventude que se estouram por todo o país.

Lembro-me da frase do deputado Ulysses Guimarães que dizia que os políticos precisam escutar a voz rouca das ruas.  Hoje esta voz é altissonante! E parece que o governo e os partidos políticos não a estão ouvindo. No passado dizia-se que antes de tomar uma decisão, dever-se-ia ouvir os mais velhos. Hoje, pela explosão das ruas, devemos ter a consciência de que é importante ouvir o brado da juventude.

O fato é que a presidente Dilma Rousseff deve admitir que por trás dos protestos estão a inflação e a carestia, consequências da política econômica do governo federal. O clamor pelo passe livre é um dos pontos imerso na imensa e difusa pauta de reivindicações, que manifesta o repúdio à corrupção e ao uso indevido do dinheiro público.  

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