Há muito tempo não surgem novas lideranças no
Brasil, em geral oriundas dos movimentos estudantis. Diante da onda de protestos
que invadiram as ruas brasileiras recentemente, percebi que está faltando aos
partidos políticos habilidade para demonstrar à juventude a importância da
representação partidária na democracia representativa.
As legendas estão ‘envelhecendo’. Por isso,
já passou da hora de os partidos, com P maiúsculo, chamarem os jovens para que
efetivamente participem do processo político. É necessário resgatar a
credibilidade da classe política.
Os protestos de cunho apartidário motivados
pela mobilização via Facebook servem de alerta ao governo e também às
agremiações partidárias. Hoje os jovens se sentem abandonados pelos partidos e
a raiz desse distanciamento vem de longe, desde a extinção das legendas
tradicionais pelo governo militar.
Hoje a juventude não se sente mais
representada pelas entidades estudantis (UNE, UEEs, e Umes). Embora
reorganizada, com amplo apoio oficial de recursos, a UNE parece refletir o que
se condenava no passado: a pelegada, graças às benesses governamentais. Razão
porque nem tem sido lembrada nesses atuais movimentos da juventude que se
estouram por todo o país.
Lembro-me da frase do deputado Ulysses Guimarães que dizia que os
políticos precisam escutar a voz rouca das ruas. Hoje esta voz é altissonante! E parece que o
governo e os partidos políticos não a estão ouvindo. No passado
dizia-se que antes de tomar uma decisão, dever-se-ia ouvir os mais velhos.
Hoje, pela explosão das ruas, devemos ter a consciência de que é importante
ouvir o brado da juventude.
O fato é que a presidente Dilma
Rousseff deve admitir que por trás dos protestos estão a inflação e a carestia,
consequências da política econômica do governo federal. O clamor pelo passe
livre é um dos pontos imerso na imensa e difusa pauta de reivindicações, que
manifesta o repúdio à corrupção e ao uso indevido do dinheiro público.
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